quinta-feira, 18 de abril de 2024

Um vídeo sobre o estudo das sinagogas e comunidades judaicas paulistas

Este vídeo foi criado em abril de 2018, e conta com 2.860 visualizações. Compartilhar o vídeo no Youtube foi uma das formas que encontrei, naquela época, para divulgar um estudo que realizava, e que continuo realizando, relacionado às comunidades judaicas e respectivas sinagogas em São Paulo, a fim de resgatar as memórias e também preservar as raízes desta comunidade.

Meu nome é Myriam, e iniciei esta pesquisa há mais de 15 anos, quando ainda não havia facilidade de acesso a informações, e contatos pela internet e redes sociais, como nós temos hoje.

Retomei este estudo em 2016, a partir da Vila Mariana, o bairro onde nasci e em que vivi por um bom tempo. Minha família fazia parte da comunidade deste bairro, frequentávamos a Sinagoga Cilly Dannemann, conhecida como a sinagoga do Lar dos Velhos e também a Sinagoga Mordechai Guertzenstein que era a sinagoga vinculada ao colégio Peretz, onde estudei. Meu avô Chiel Leib era o schochet e professor de Bar-Mitzva nos anos 1950/60. Cursei a FAU, e formei-me arquiteta. Pensando no nosso passado, no nosso presente e também no nosso futuro, esta é uma ótima oportunidade de conhecermos o nosso patrimônio histórico, artístico, cultural e também arquitetônico.

Sendo assim, continuo divulgando histórias, lembranças, fotos e documentos em meu blog e também no Facebook e tenho contado com a participação das pessoas que frequentaram, ou que ainda frequentam, as sinagogas em São Paulo, muitas vezes em entrevistas gravadas de história oral. Sempre que possível, agendamos uma visita a estas sinagogas.

Continuo em busca de material sobre as diversas sinagogas paulistas e suas comunidade, além, de desenvolver projetos relacionados à imigração judaica,

 Visitem meu blog: artejudaicasaopaulo.blogspot.com


quinta-feira, 28 de março de 2024

O bairro do Bom Retiro, em São Paulo, alguns detalhes

O Bom Retiro, bairro em que se estabeleceu uma parcela da comunidade judaica ao chegar a São Paulo em diferentes momentos, possui, ou possuía, diversas sinagogas. Muitas permanecem ativas, outras mudaram de uso, mudaram de bairro, ou foram desativadas.


Relacionado a este bairro, podemos verificar uma informação sobre o Clube Luso-Brasileiro, um salão em que, durante anos, o Minian da Linat Hatzedek celebrava as Grandes Festas: o “Luso-Brasileiro era local de apresentação de vários tipos de espetáculos, inclusive exibições cinematográficas. Foi inaugurado, em dezembro de 1908 e situava-se à Rua da Graça, 116”, Estes detalhes constam do site http://www.cinemasdesp2.com.br/2008/02/luso-brasileiro-sao-paulo-sp.html”. A fonte de pesquisa informada neste site é o livro “salões, circos e cinemas de São Paulo”, de Vicente de Paula Araújo, Editora Perspectiva, 1981. Sobre este mesmo local, o site “História do Futebol”, https://historiadofutebol.com/blog/?p=35397, diverge nas informações e registra que o “Grupo Dramático e Musical Luso Brasileiro do Bom Retiro é uma agremiação da cidade de São Paulo. O clube foi fundado no dia 13 de Maio de 1900após uma reunião na Rua Mamoré, por um grupo de desportistas, e a sua sede localizava-se à Rua da Graça, 608 (antigo 144) no bairro do Bom Retiro. Fica a dúvida: qual o endereço correto do Clube Luso, onde o Linat Hatzedek realizava as cerimônias de Rosh Hashanah e Yom Kipur? Estiveram localizados em dois endereços?

Quanto às sinagogas do Bom Retiro compartilho alguns comentários públicos e disponibilizados, há algum tempo, tanto no Facebook, como no próprio blog.

Jimão Guaeca contou que estudou no Talmud Torah do Bom Retiro até o fim do ginásio, e os seus irmãos fizeram o Bar-Mitzvah no salão da sinagoga, sendo que o dono do caitering era o Sr Abrão. Sobre a "Synagoga Centro Israelita de São Paulo", neste blog, podemos ler: “Fico feliz de ver aqui a menção de meu avô Elias Amstein, que participou ativamente da administração desta sinagoga, chegando a ser seu Presidente entre as décadas de 1950/60”. E agradeço ao apoio e incentivo de Theo, em "Comunidade judaica paulista e roteiro turístico cultural temático", em que escreve “Myriam, seu blog é um primor! Já o acompanho há muito tempo e acabou se tornando uma referência pra mim”, e de pessoas que não se identificaram: “Muito esclarecedora a sua postagem, publique mais, por favor, cresci indo ao Bom Retiro fazer compras”, e “Adorei nossa história, muito obrigada, é uma delícia ler esse texto”.

Você, ou sua família, moraram no Bom Retiro, em São Paulo? Frequentaram alguma(s) das sinagogas do bairro? Vinham visitar familiares, fazer compras? Ou frequentavam sinagogas de outros bairros da capital e interior paulista? Faça parte do resgate das memórias familiares, compartilhando fotos, documentos e objetos, tanto das sinagogas e comunidades judaicas da cidade de São Paulo, como das cidades do interior paulista.

Para conhecer o trabalho e estudo que vem sendo realizado, entre em contato comigo, através dos e-mails  myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com , e visite também o site  https://sinagogasemsaopaulo.wordpress.com/ 

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

O resgate de memórias e raízes de uma comunidade

O resgate de memórias e raízes de uma comunidade, especificamente a comunidade judaica, através de roteiros turístico-culturais ao longo da cidade de São Paulo, e em especial no bairro do Bom Retiro, onde grande parte desta coletividade se estabeleceu, como apresentado, através do Guia das Sinagogas em São Paulo, e de uma exposição, além de roteiros temáticos no bairro em questão, revaloriza o patrimônio e bens culturais existentes dos que aqui chegaram como imigrantes e se inseriram na realidade existente, como legado para as futuras gerações.  

Possibilita o acesso à localização das edificações das cerca de setenta sinagogas paulistanas, mesmo as já demolidas, ou refuncionalizadas, e o conhecimento de suas histórias, para a população como um todo, considerando não só o passado e o presente, mas também olhando para o que esta por vir, descrevendo parte do próprio desenvolvimento da cidade, naquilo que tem de mais característico e valioso: sua diversidade étnica, religiosa e cultural. Visando, inclusive, o uso do patrimônio cultural pelo turismo e a inserção destes roteiros em circuitos turísticos mundiais.

Como referências de leitura, seguem algumas indicações:

1) DAVIES, Olllie. Conheça os Museus Comunitários do Rio https://rioonwatch.org.br/?p=11941

2) INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS. Museus e Turismo: estratégias de cooperação. Brasília, DF: IBRAM, 2014. Disponível em https://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2015/01/Museus_e_Turismo_Ibram2014.pdf

3) PAES-LUCHIARI, Maria Tereza Duarte. Centros Históricos, Mercantilização e Territorialidades do Patrimônio Cultural Urbano. Revista GEOgraphia, ano 7, n. 14, 2006. Disponível em: https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/13490/8690

4) RICHARDS, Greg. Turismo Cultural: padrões e implicações. In Turismo cultural: estratégias sustentabilidade e tendências. CAMARGO, Patricia e CRUZ, Gustavo (orgs). Editora da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC: Ilhéus, 2009, pp. 25-48

5) GUIA DAS SINAGOGAS DE SÃO PAULO - Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) - PRONAC: 184242 – Projeto e aprovação em novembro de 2018, previsto para execução em 2019 e 2020 - Publicação do “Guia das Sinagogas de São Paulo”, aprovada em parceria com Alberto Guedes e Roberto Strauss. Síntese relacionada às quase setenta sinagogas de São Paulo, com fotos e texto resumido. Proposta de retratar a realidade sociocultural e a preservação do patrimônio histórico da comunidade judaica paulistana.  http://versalic.cultura.gov.br/#/projetos/184242.

6) EXPOSIÇÃO DAS SINAGOGAS DO BOM RETIRO - Lei de incentivo municipal PROMAC - Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais instituído pela Lei nº 15.948/2013, regulamentado pelo Decreto nº59.119/2019 . Projeto, aprovação período de execução em 2021 e 2022: Proposta de realização da exposição “As Sinagogas do Bom Retiro - Resgate de memórias e histórias, na Oficina Cultural Oswald de Andrade no Bairro do Bom Retiro Protocolo (nº ISP): 2021.04.06/02185. Os incentivadores poderão contribuir por meio da renúncia de até 20% de ISS e/ou IPTU. Renúncia fiscal de 100%: todo o valor destinado ao projeto é restituído como desconto de imposto. http://smcsistemas.prefeitura.sp.gov.br/promac/

7) SITES E INTERNET:

https://artejudaicasaopaulo.blogspot.com/ 

https://sinagogasemsaopaulo.wordpress.com/ 

https://www.instagram.com/sinagogasemsaopaulo/ 

https://www.youtube.com/watch?v=i9tTWRP80Go  

https://www.youtube.com/watch?v=js6_mxwRW0w 

Para conhecer o trabalho e estudo que vem sendo realizado, entre em contato comigo, através dos e-mails  myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com .  Faça parte do resgate das memórias familiares, compartilhando fotos, documentos e objetos, tanto das sinagogas e comunidade judaica da Mooca, como dos demais bairros da capital e cidades do interior paulista.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Sinagogas do Bom Retiro como pontos de memória - a proposta de uma exposição:

O projeto de exposição das Sinagogas do Bom Retiro, aprovado na Lei de Incentivo Municipal PROMAC, pode ser uma oportunidade de se conhecer as sinagogas como pontos de memória, relatar suas histórias e origens, alinhando-se com o objetivo de proteger, preservar e difundir, para a população como um todo, suas expressões culturais de um dos grupos inseridos no pluralismo da cultura brasileira, seu patrimônio histórico, artístico, cultural e arquitetônico. 

Como parte dos objetivos, a apresentação à população da cidade e, mais especificamente, à do bairro, dos valores da comunidade estudada, desenvolvendo a consciência e o respeito a estes valores, pode estimular estudos, iniciativas, produção e difusão semelhantes nas diversas expressões culturais.

No programa proposto para a exposição pode-se extrapolar a citação de Ollie Davies ao apresentar os Museus Comunitários do Rio: “[...] a comunidade como um ‘monumento turístico’ e museu territorial [...]” e a ideia em que se “[...] compila e documentam as experiências e memórias dos moradores mais velhos [...]” (DAVIES, Olllie. Conheça os Museus Comunitários do Rio https://rioonwatch.org.br/?p=11941 ). Há a necessidade de se divulgar e refletir sobre a importância das diversas memórias na construção do patrimônio cultural material e imaterial de uma comunidade, no caso, a comunidade judaica, assim como na construção de sua identidade em um país, em um primeiro momento, desconhecido aos imigrantes.

Realizar entrevistas com pessoas ligadas à história das sinagogas, organizando-se questionários e roteiros, visitas e entrevistas nas sinagogas, registrar em fotos as sinagogas do Bom Retiro, organizar o conteúdo pesquisado até hoje em formato amigável e acessível para o público em geral, realizar debates sobre a história das sinagogas do bairro, preservação de patrimônio cultural, memória e resgate de raízes de diferentes comunidades permitem o envolvimento da população moradora do bairro, independente de suas origens, e contribuem para o apagamento de estereótipos.

Contrapartidas foram apresentadas aos potenciais incentivadores do projeto, quando este foi aprovado, como marketing da marca, impressão da logomarca em todos os materiais de divulgação impressos e virtuais do evento. Com entrada gratuita, alcance previsto de duzentos espectadores nas palestras, transmissão da palestra ao vivo (com possibilidade de alcance ilimitado de espectadores), plano de assessoria de imprensa e divulgação da exposição em meios de mídia, e impacto social, o local inicialmente proposto para a exposição um dos espaços da Oficina Cultural Oswald de Andrade, foi escolhido propositadamente por estar no coração do Bom Retiro, e localizado próximo à estação de metrô, além de ser acessível, também, ao público com deficiência motora.

Como metodologia de trabalho, a elaboração e produção para esta exposição prevê pesquisa, elaboração de texto, registro fotográfico, tratamento de imagens, visitas às sinagogas, entrevistas de história oral com frequentadores e familiares das sinagogas, rodas de conversa, coleta de informações, realização de palestras, coleta de fotos e documentação, pesquisa bibliográfica, material existente e em entidades judaicas e órgãos públicos municipais e estaduais e levantamento de plantas e projetos. Quando possível, analisar os edifícios em suas semelhanças, fatos e detalhes comuns, ou em suas diferenças, identificar a história das sinagogas e comunidades, e a forma como os frequentadores e a comunidade se relacionavam.

Para conhecer o trabalho e estudo que vem sendo realizado, entre em contato comigo, através dos e-mails myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com . E acompanhe as postagens neste blog, inclusive as anteriores, para conhecimento  da proposta da exposição aprovada anteriormente no PROMAC.

Faça parte do resgate das memórias familiares, compartilhando fotos, documentos e objetos, tanto das sinagogas e comunidade judaica da Mooca, como dos demais bairros da capital e cidades do interior paulista.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

A respeito do projeto de exposição das Sinagogas do Bom Retiro, aprovado na Lei de Incentivo Municipal PROMAC

O projeto de exposição das Sinagogas do Bom Retiro foi aprovado na Lei de Incentivo Municipal PROMAC - Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais instituído pela Lei nº 15.948/2013, regulamentada pelo Decreto nº 59.119/2019. O Projeto, aprovação e período de execução restringiram-se aos anos de 2021 e 2022.

Para uma melhor compreensão dos termos utilizados para a exposição, relacionados aos objetos, mobiliários, origem e arquitetura, as sinagogas também são conhecidas como Beth Haknesset, Beit Midrash, local de reuniões, de orações, culto, estudo, centro comunitário, social, “scuola”, “schul”, “schil”, “knis”, “esnoga”, assembleia, congregação. Existentes desde o período bíblico do patriarca Jacob, as sinagogas, como casas de culto, surgiram após a destruição do Primeiro Templo, no Exílio da Babilônia (sec. VI a.e.c). Foram adaptadas aos locais e costumes ao redor do mundo, influenciadas pelo entorno, momentos históricos, e ambientes culturais (cultura grega, árabe, bizantina, medieval, moderna, contemporânea).

Como arte construtiva judaica, possui características próprias: separação de homens/mulheres, Aron Hakodesh ou Hekhal (armário), Parochet (cortina), Bimah ou Tevah (púlpito), Torah (rolo com os cinco primeiros livros da Biblia), livros de reza, castiçais, chama eterna (Ner Tamid), de lembrança (Ner Zikarón), bancos, Leões, Dez Mandamentos, Mazalót (Zodíaco), edificações sempre voltadas para Jerusalém.

A situação atual em São Paulo, e, em particular no Bom Retiro, onde muitas sinagogas já deixaram de existir, migraram de bairro, deixaram de ser frequentadas, mudaram de uso ou foram desativadas, favorece a realização desta exposição com o envolvimento da comunidade como um todo.

Citando exemplos, no Bom Retiro, a antiga “Sinagoga Kehilat Israel” abriga hoje em dia, o Memorial do Holocausto (Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto), assim como a “Sinagoga Knesset Israel” (Centro Israelita de São Paulo) sedia a Instituição Beneficente Ten Yad. Outra sinagoga do bairro, a “Sinagoga Talmud Torah”, possui uma placa da época da fundação da Sinagoga da cidade de Bauru,  quando esta foi desativada,

A exposição, bilíngue (português - inglês), apresentando as diversas sinagogas do Bom Retiro e suas histórias, prevê, em sua proposta apresentada ao Promac, a duração de dois meses, entrada gratuita para o público em geral, realização de duas palestras/debates com a pesquisadora em formato presencial e com transmissão online, com tradução para LIBRAS (uma palestra inaugural, a outra ao longo da duração da exposição).

Acessível com recurso de áudio-descrição, e prevista para ocorrer inicialmente na Oficina Cultural Oswald de Andrade (Bom Retiro), a exposição aprofunda a pesquisa acerca das sinagogas desativadas e das ainda existentes no Bom Retiro, expondo fotos do passado, registros fotográficos atuais e contando suas histórias. Sendo apresentada em cerca de trinta painéis, o formato banner, em estrutura metálica rollup, dobrável e desmontável, possibilita o reaproveitamento de material, para que a mesma possa ocorrer em novos espaços futuramente. 

Para conhecer o trabalho e estudo que vem sendo realizado, entre em contato comigo, através dos e-mails myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com . E acompanhe as próximas postagens neste blog.

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sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Atividades no entorno do Bom Retiro e ações já realizadas no bairro

Jardim da Luz

Além das atividades e roteiros específicos para o Bom Retiro, em São Paulo, citadas no post anterior, há a possibilidade de serem incluídas atividades e visitas ao entorno deste bairro, como pontos de interesse, instituições e variedade de organizações culturais, ondenovas territorialidades estão emergindo nestas áreas refuncionalizadas que tiveram restauradas as formas tangíveis do patrimônio, mas excluíram os conteúdos sociais indesejáveis” (Paes-Luchiari, 2006).


Pinacoteca
Neste sentido, considera-se a Pinacoteca/Pina Contemporânea, Jardim da Luz, Sala São Paulo, Museu da Língua Portuguesa, Estação da Luz, Pina estação/Museu da Resistência, Museu de Arte Sacra, Arquivo Histórico Municipal, Museu de Saúde Pública Emílio Ribas, Museu da Obra Salesiana, Memorial do Holocausto, Casa do Povo, Sesc Bom Retiro, Museu das Favelas, Museu da Energia de São Paulo, Instituto Liceu Coração de Jesus, Jardim da Luz. Escola Marechal Deodoro, Colégio Santa Inês, Centro Paula Souza, Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo, Instituto Dom Bosco, Escola Senai, Faculdades Oswaldo Cruz.

Ações anteriores já foram realizadas, vinculadas ao Bom Retiro, desde inventários, publicações, artigos, e iniciativas de políticas públicas. Como exemplos, tem-se:

1) Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) - Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) : Inventário do Bairro do Bom Retiro, considerado um modelo de miscigenação e variedade étnica. Técnica do Iphan responsável pelo projeto, Simone Toji.

2) “Renovando, revitalizando e imaterializando: ações de reconhecimento cultural na região do Bom Retiro e Luz” - Simone Toji e Flávia Brito do Nascimento / IPHAN-SP

3) Bom Retiro de muitas etnias- Marcelo Spomberg – Estação TV - Vídeo produzido, para finalizar o trabalho de registro do bairro Bom Retiro, como Patrimônio Cultural Imaterial do País.

4) Koreatown: Entre a cidade de enclaves e a urbe cosmopolita – artigo de Simone Toji (2021)

5) “Little Seul” (2017), projeto de revitalização em parceria entre empresas sul-coreanas e a prefeitura de São Paulo

6) “Luz Cultural” (1984) privilegiou a instalação bens imóveis restaurados e reconvertidos.

7) Nos anos 2000, a prefeitura de São Paulo, propôs o programa de concessão pública “Nova Luz”.

8) VII Seminário da Associação Nacional Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo 20 e 21 de setembro de 2010 – Universidade Anhembi Morumbi – UAM/ São Paulo/SP O Patrimônio Cultural Imaterial dos Imigrantes Coreanos no Bom Retiro/SP Rafael Galvão Monteiro                                          

9) MulticulturalBom Retiro tem 215 opções de patrimônio - 16/05/2009 - Folha de S. Paulo.

Como opção para se efetivarem as ações e propostas aqui apresentadas ressalta-se que existem Leis de Incentivo à cultura (incentivos fiscais), como instrumentos que podem induzir a população como um todo, e empresas privadas em particular, a utilizarem mecanismos de renúncia fiscal, por parte do Poder Executivo. Isto significa que recursos de pessoas físicas e empresas passam a ser destinados à proteção e ao estímulo e produção cultural e artística. Leis como Rouanet, Proac, Promac e de fomento, como as Leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo. Ambos os projetos, o Guia das Sinagogas em São Paulo e a exposição das Sinagogas do Bom Retiro foram aprovados em Leis de Incentivo. O Guia das Sinagogas em São Paulo foi aprovado em Lei Federal (Lei Rouanet). Como complemento e particularização para uma região, o projeto de exposição das Sinagogas do Bom Retiro foi aprovado na Lei de Incentivo Municipal PROMAC - Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais instituído pela Lei nº 15.948/2013, regulamentado pelo Decreto nº 59.119/2019. O Projeto, aprovação e período de execução restringiu-se aos anos de  2021 e 2022.

Para conhecer o trabalho e estudo que vem sendo realizado, entre em contato comigo, através dos e-mails myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com . E acompanhe as próximas postagens neste blog.

Faça parte do resgate das memórias familiares, compartilhando fotos, documentos e objetos, tanto das sinagogas e comunidade judaica da Mooca, como dos demais bairros da capital e cidades do interior paulista.

Referência:

PAES-LUCHIARI, Maria Tereza Duarte. Centros Históricos, Mercantilização e Territorialidades do Patrimônio Cultural Urbano. Revista GEOgraphia, ano 7, n. 14, 2006. Disponível em: https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/13490/8690

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Bom Retiro, diversas origens, diversas nacionalidades

Como publicado anteriormente, a proposta de realização de um roteiro cultural relacionado à comunidade judaica, em particular às sinagogas, engloba a elaboração de um guia, impresso e digital, além de uma exposição no bairro do Bom Retiro, de forma a revalorizar o patrimônio e bens culturais existentes. 

O perfil do Bom Retiro, formado por origens, nacionalidades e religiosidades diversas, permanece, hoje em dia, multicultural, evidenciando-se na convivência de famílias de imigrantes de variadas origens: espanhola, portuguesa, italiana, grega, armênia, coreana, boliviana, húngara, paraguaia, e judaica (provenientes do leste europeu). 

As potencialidades turísticas do bairro do Bom Retiro podem ser consideradas, principalmente, na proposta de execução da exposição. Um ponto de partida que pode ser replicado para cada comunidade, deste bairro ou não, independente de sua origem, imigrante ou não. Uma maneira de divulgar conhecimentos e saberes, partindo do ponto de vista de Belanciano, em que afirma: “Somos todos turistas. Mesmo os que não se sentem forçosamente identificados com aquilo que chamamos de turismo.” (Belanciano, 2015).  

Multicultural é o bairro, e diversas possibilidades de turismo se evidenciam. Como afirma Richards (2009) Junto com o patrimônio arquitetônico e das artes, alguns países incluem em sua definição, por exemplo, a gastronomia, o esporte, a educação, as peregrinações, o artesanato, a contação de estórias, e a vida na cidade”. O bairro, com sua diversidade de identidades de imigrantes, possibilita um percurso de turismo cultural, de experiências, criativo, de forma a relacionar os espaços com seus territórios e roteiros culturais, identificando “motivações culturais” e o “fazer contato com moradores do local e aprender mais sobre a sua cultura” (Richards, 2009).

É possível propor para o Bom Retiro, além da exposição citada, roteiros diversos. Alguns exemplos:

1) Gastronômico: cafés, armazéns e restaurantes coreanos, italianos, gregos, judaicos, colombianos, entre outros. Acrópoles, Prato Grego, Shoshana Delishop, Ten Yad (Viena Kosher), Café Colombiano, La Bolivianita, Cantina Ouro Branco, Monte Verde, Tembi’u(paraguaia), Casa do Norte, Emporium Brasil Israel, Otugui, WaBar, etc.

2) Religioso: locais de culto cristão, judaico, umbandista, muçulmano, budista, espírita, etc.

3) Memória: Memorial do Holocausto, Memorial da Resistência, Rua Itaboca/Dr.Cesare Lombroso.

4) Turismo criativo: Casa do Povo, Oficina Cultura Oswald de Andrade. Justifica-se considerando o “Desenvolvimento distanciado de formas tradicionalmente passivas, direcionado para um envolvimento mais ativo dos turistas em termos da vida cultural dos lugares que estão visitando, ou o que se chama de “turismo criativo.” (Richards, 2009)”.

5) Arquitetônico: Arquivo Histórico Municipal, Casa do Povo, Oficina Cultura Oswald de Andrade, casas antigas até hoje existentes. Considera-se, neste tópico a “Refuncionalização, requalificação, revitalização, enobrecimento de patrimônios edificados, novas territorialidades urbanas centrais, revitalização, inclusão social, respeitando os usos tradicionais das populações locais, e o direito destas”. (Paes-Luchiari, 2006)

6) Atividades diversas: dança tradicional coreana, feira boliviana, procissão grega, palestras, exposições relacionadas às origens dos imigrantes, rodas de samba da Rua Mamoré, atividades sazonais dos barracões das escolas de samba Gaviões da Fiel e Tom Maior, ações artísticas do Teatro Popular União e Olho Vivo, da Cia. Pessoal do Faroeste, Casa do Povo, Cia. De Teatro Mugunzá.

Para conhecer o trabalho e estudo que vem sendo realizado, entre em contato comigo, através dos e-mails myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com . E acompanhe as próximas postagens neste blog.

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Referências:

BELANCIANO, Vitor. Todos somos Turistas. Revista 2, 2015. Disponível em: https://www.publico.pt/2015/12/20/economia/noticia/todos-somos-turistas-1717829

PAES-LUCHIARI, Maria Tereza Duarte. Centros Históricos, Mercantilização e Territorialidades do Patrimônio Cultural Urbano. Revista GEOgraphia, ano 7, n. 14, 2006. Disponível em: https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/13490/8690

 

RICHARDS, Greg. Turismo Cultural: padrões e implicações. In Turismo cultural: estratégias sustentabilidade e tendências. CAMARGO, Patricia e CRUZ, Gustavo (orgs). Editora da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC: Ilhéus, 2009, pp. 25-48

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Bom Retiro, “bons retiros”

Bom Retiro(SP) e sinagogas do bairro

Particularizar e exemplificar roteiros turístico-culturais, indicar caminhos e percursos, interligados, a meu ver, torna-se possível no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, considerando-se que uma boa parcela da comunidade judaica ali se estabeleceu a partir dos anos de 1910/1920, à época um bairro fabril e proletário, por facilidade de transporte, aluguel barato, na busca ou não de parentes ou amigos. 

A dificuldade com o idioma, e de se conseguir emprego, resultaram na escolha da profissão como mascates, ou Klientelchik, além das possibilidades de trabalhos em confecções têxteis. Os que aqui chegaram, em decorrência da Segunda Guerra Mundial, acreditaram ser conveniente morar numa região onde já estava instalada parte da comunidade, com suas escolas, sinagogas, moradia e crédito. Organizaram-se, abriram lojas, fundaram sociedades de auxílio mútuo, organizações religiosas, sinagogas, escolas, publicaram jornais e revistas, construíram o cemitério. 

Muitas famílias da coletividade judaica que moravam no Bom Retiro, a partir da década de 1960, começaram a migrar para bairros como Higienópolis e Jardins. Várias instituições judaicas permanecem em funcionamento (Ten-Yad, Memorial do Holocausto, Unibes, Escola Gani-Lubavitch, Yeshivót, Casa do Povo, diversas sinagogas), e outras encerraram suas atividades no bairro (Escola Talmud Thorá, Escola Scholem Aleichem, Taib, Linath Hatzedek, Cooperativa de Crédito Popular, Habonim Dror, Hashomer Hatzair, Bnei Akiva).

Bom Retiro, ou “bons retiros”, um bairro da região central da cidade de São Paulo, surgiu nos anos 1820, uma área nobre de sítios e chácaras de veraneio, como “Dulley”, “Sítio do Carvalho”, Chácara do Marquês de Três Rios, Solar do Marquês, e sr. Joaquim Egídio de Sousa Aranha

O Jardim da Luz data de 1825. A Estação da Luz, de 1867, foi ampliada em 1901. A partir de 1870 a mudança na paisagem tornou-se evidente, com a primeira leva de imigrantes, e a presença de operários italianos. A proximidade com a estação ferroviária, indústrias, oferta de emprego, moradia barata, presente em todas as levas de estrangeiros no local, mudaram a paisagem local. 

Com a urbanização, arruamentos e loteamentos das chácaras, o bairro saiu de seu isolamento: depósitos e olarias, como a Olaria de Manfred Meyer, forneceram tijolos para a transformação da cidade. Naquele momento, o bairro tornou-se um polo de indústrias, entre elas a Fábrica Anhaia (tecidos de algodão), a Cervejaria Germânia e a Ford do Brasil (1921). 

A primeira Hospedaria de Imigrantes, situada no sobrado Bom Retiro, de 1882 a 1887, atendeu levas de imigrantes. Naquela data mudou-se para o Brás, ali permanecendo até a década de 1970. O sobrado, demolido, foi substituído pelo edifício do Desinfectório Central, à Rua Tenente Pena, 100, hoje Museu de Saúde Pública Emílio Ribas. Apesar das mudanças ocorridas no bairro, o Bom Retiro manteve, de uma maneira geral, suas edificações construídas ao longo de sua história.

Para conhecer o trabalho e estudo que vem sendo realizado, entre em contato comigo, através dos e-mails myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com . E acompanhe as próximas postagens neste blog.

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quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Comunidade judaica paulista e roteiro turístico cultural temático






Dando continuidade à publicação anterior, apresento o desenvolvimento e detalhes do trabalho que continuo realizando:

A presença da comunidade judaica em São Paulo pode ser verificada desde 1578, através de Atas da Câmara de S. Paulo que citam perseguições a "judaizantes”, assim como nos séculos seguintes, através do Tratado de Amizade e Paz (1810), em que se conferiu liberdade religiosa, possibilitando a imigração judaica de ingleses, alemães, franceses, ou da presença do Dr. Samuel Edouard da Costa Mesquita como o primeiro rabino em São Paulo (1860). A imigração judaica à capital e interior paulista ganhou força, porém, a partir do início do século XX. Como exemplo podem ser citados os imigrantes judeus de origem russa que seguiram para os núcleos coloniais paulistas como Nova Odessa, Jorge Tibiriça ou Campos Salles, os sefaradim originários do Império Otomano, os sírio-libaneses que se encaminharam para o bairro de Mooca (SP), e os que aqui chegaram a partir do leste europeu (Polônia, Bessarabia, Lituânia, Letônia), fruto das perseguições e situação econômica precária em seus países de origem. No período “Entre Guerras”, ocorreu a entrada maciça de imigrantes judeus da Europa (perseguição), porém durante a Segunda Guerra Mundial, a imigração judaica diminuiu, tanto pelas leis restritivas do país, como pela dificuldade de saída da Europa. Uma nova onda imigratória ocorreu no período de 1952 -1962, de judeus provenientes do Oriente Médio e da Hungria. Dados puderam ser observados em consultas de arquivos no Museu da Imigração.

A partir do porto de Santos, de trem, para São Paulo, imigrantes judeus desembarcaram ao longo das estações ferroviárias e se estabeleceram, em um mesmo período, em diversos bairros da capital paulista. Fixaram residências no Brás, Ipiranga, Cambuci, Vila Mariana, Penha, São Miguel Paulista, Lapa, Pinheiros, e em diversas outras regiões, e ali, muitas vezes, formaram suas sinagogas.

Organizar um roteiro turístico-cultural temático, para que se conheçam os locais em que os judeus se estabeleceram ao chegarem à capital paulista, é a proposta da publicação, impressa ou digital para o “Guia das Sinagogas em São Paulo”. Apresentar não só a história de cada comunidade judaica, em textos, documentos e fotos, mas principalmente as respectivas sinagogas, nos bairros em que se fixaram, possibilita refletir sobre a inserção destas no contexto urbano, inclusive em relação à tipologia das edificações do entorno e no uso do espaço pelo homem.

Indicar caminhos e percursos, interligados ou setorizados por regiões, promovendo visitas guiadas, descobrindo os usos e destinos atuais que o então edifício sinagogal recebeu ao ser desativado ou demolido, faz parte da proposta. No caso do edifício ter sido demolido, um marco ou uma exposição de rua em uma praça do entorno, em museus de rua, torna-se uma opção. É possível uma interação entre a população local e os potenciais turistas, mas se faz necessário analisar as possíveis consequências de um fluxo turístico a estes bairros, caso ocorra. Vale destacar os pontos apresentados por Vitor Belanciano, relacionados aos bairros como um ecossistema complexo, sujeitos às mudanças na paisagem urbana ao absorverem um número (elevado) de turistas. Como afirma Belanciano, “o turismo gera receitas e por vezes reabilita zonas urbanas. Mas também pode contribuir para a diminuição da qualidade de vida local” (Belanciano, Vitor. Todos somos turistas, Revista 2, 2015, site: https://www.publico.pt/2015/12/20/economia/noticia/todos-somos-turistas-1717829).

Para conhecer o trabalho e estudo que vem sendo realizado, entre em contato comigo, através dos e-mails myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com . E acompanhe as próximas postagens neste blog.

Faça parte do resgate das memórias familiares, compartilhando fotos, documentos e objetos, tanto das sinagogas e comunidade judaica da Mooca, como dos demais bairros da capital e cidades do interior paulista.